Nascido no bairro de Vila Isabel,[2] na cidade do Rio de Janeiro, capital federal na época, Costinha vem de família de cunho artístico: seu pai foi palhaço de circo, chamado Bocó, que ele conheceria somente depois de adulto, quando seu pai estava em um asilo.[3] A infância circense iria influenciar a trajetória do humorista de forma definitiva. Porém, a situação estável da família muda quando ele completa treze anos: seu pai e grande ídolo abandona a família. Na época, ainda menino, Costinha tem de deixar a vocação artística e pegar no batente. Foi, dentre outras profissões, contínuo, garçom de botequim, engraxate e apontador de jogo do bicho. Esse convívio ao lado de tipos urbanos e, muitas vezes, marginais do Rio dos anos 40, seria muito importante nos personagens feitos pelo humorista posteriormente.
Em 1942, emprega-se como faxineiro da Rádio Tamoio.[4] Pelo novo veículo ganha sua grande chance, sendo radioator em importantes programas da época como Cadeira de Barbeiro, Recruta 23 e mesmo na primeira versão radiofônica da Escolinha do Professor Raimundo. Fez parte do elenco de grandes emissoras como a Record e também a Mayrink Veiga. Foi ainda cômico no Teatro de Revista, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.
Costinha - O Peru da Festa Vol. 1
Em seguida, se tornaria um astro nacional pelas piadas obscenas e pelas famosas imitações de "bichinha". Costinha fez diversas propagandas, incluindo as das Loterias do Rio de Janeiro (onde chegou a ser dirigido pelo cinemanovista Cacá Diegues). Lançou a série de discos de humor nos anos 70 e 80 O Peru da Festa e As Proibidas do Costinha pelo selo CID.
No cinema, sua participação foi intensa desde os anos 50. Sua primeira participação foi em Anjo do Lodo de Luiz de Barros. O filme foi a segunda adaptação do livro Lucíola de José de Alencar às telas. Voltaria às ordens de Lulu de Barros em O Rei do Samba, biografia do lendário sambista Sinhô.
Desempenhou papéis secundários e pontas das chanchadas com atores como Wilson Grey, Wilson Viana e tantos outros daquela geração. A produtora dominante da época, a Atlântida, tinha astros cômicos como Oscarito e diretores como Carlos Manga. Já a secundária mas não menos importante, Herbert Richers, apostava em outros nomes da época, como Ankito e em realizadores como Victor Lima e J.B. Tanko.
Costinha logo é chamado pela segunda para desempenhar papéis secundários. Às vezes conseguia ser bandido (De Pernas pro Ar), um aspone do Carlos Imperial (Garota Enxuta) ou mesmo um fotógrafo de jornal (É de Chuá). Outros filmes do período na época são feitos ao lado de Zé Trindade.
Com a chegada de movimentos cinematográficos mais ambiciosos e pretensamente intelectuais de Gláuber e seus pares, o espaço de comediantes oriundos da chanchada foi a televisão. Nos anos 60, pouquíssimas comédias ou filmes populares foram feitos no Brasil comparados com a década anterior. Uma exceção é um ciclo de fitas policiais e nazi-exploitation (Os Carrascos Estão Entre Nós). Porém, nomes como Oscarito, Grande Otelo, Ankito se viram mais sem o meio cinematográfico e sem o estrelato de antes. No caso de Costinha, seu início na televisão ocorreu por meio da TV Excelsior.[2]
Costinha - As Proibidas do Costinha Vol. 1
Os anos setenta trazem os velhos comediantes de volta às telas. O cinema volta a ser popular. Seja em filmes urbanos (Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva), homenagens à chanchada (Salário Mínimo), filmes de juventude (Amor em Quatro Tempos) ou mesmo em pornochanchadas (Histórias Que As Nossas Babás Não Contavam). Outra coisa típica da década foram as paródias em que ele desempenhou o personagem principal em diversos filmes. Isso ocorre em fitas como O Libertino, O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros Contra as Panteras, Costinha, o Rei das Selvas, Costinha e o King Mong, As Aventuras de Robinson Crusoé… neste último, faz par com Grande Otelo, dom direção de Mozael Silveira. Atuou em diversas peças de teatro, programas como Apertura (Rede Tupi), Aperte o Cinto e Domingo de Graça (Rede Manchete), "Costinha em 3 atos e 1/2" (SBT), Planeta dos Homens, Os Trapalhões e Chico Anysio Show (Rede Globo).
Gravou vários discos de piadas, incluindo os da série O Peru da Festa. Trata-se de uma série de cinco LPs, pela gravadora CID. Todos vinham com a tarja "Proibida a execução pública e a venda para menores de 21 anos", não só pelas piadas consideradas pesadas, mas pelas capas sugestivas. No primeiro volume, Costinha parecia estar nu, com uma mesa tapando suas partes íntimas e um peru assado sendo servido sobre ela. Seu último papel foi como "Seu Mazarito" na Escolinha do Professor Raimundo(1990/1995).
Em 4 de setembro de 1995, Costinha deu entrada no Hospital Pan-Americano, no Rio de Janeiro, com falta de ar, falecendo no dia 15 do mesmo mês aos 72 anos, de enfisema pulmonar. Foi enterrado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.[2]
COSTINHA MELHORES MOMENTOS
Foi casado com Irany Pereira da Costa, com quem teve quatro filhos naturais e adotou outros três.
Participações na TV
1978 - Praça da Alegria - Rede Globo
1980 - Abertura - TV Tupi
1981 - Planeta dos Homens - Rede Globo (Frei Paulino)
1982 - Costinha em 3 Atos e 1/2 - SBT
1986 - Aperte o Cinto - Rede Manchete
1987 - Domingo de Graça - Rede Manchete (Seu Palitinho, entre outros)
1988 - Praça Brasil - Rede Bandeirantes
1989 - A Praça é Nossa - SBT
1990 até 1995 - Escolinha do Professor Raimundo - Rede Globo (Seu Mazarito/Prof. Amadeu)
1991-1994 .Os Trapalhões - Rede Globo
Filmografia
1949 - Anjo do Lodo .... Maneco, efeminado que serve no bar [5]
1950 - Agüenta Firme, Isidoro [6][Nota 1]
1952 - O Rei do Samba[7]
1954 - Carnaval em Caxias
1954 - Marujo por Acaso
1954 - O Rei do Movimento
1955 - Angu de Caroço
1955 - Mãos Sangrentas
1955 - O Diamante
1956 - Com Água na Boca
1956 - Sai de Baixo
1957 - Canjerê
1957 - Com Jeito Vai
1957 - De Pernas pro Ar
1958 - É de Chuá!
1958 - E o Bicho não Deu
1958 - Minha Sogra é da Polícia
1958 - Sherlock de Araque
1959 - Entrei de gaiato
1959 - Massagista de Madame
1960 - Viúvo Alegre
1961 - O Dono da Bola
1966 - 007 1/2 no Carnaval
1966 - Nudista à Força
1967 - Carnaval Barra Limpa [8]
1968 - As Três Mulheres de Casanova (participação)
1968 - Aventuras de Chico Valente
1969 - Golias contra o Homem das Bolinhas
1970 - Amor em Quatro Tempos
1970 - Salário Mínimo
1971 - Cômicos e Mais Cômicos
1971 - Como Ganhar na Loteria sem Perder a Esportiva
1971 - Jesus Cristo Eu Estou Aqui
1971 - Tô na Tua, Ô Bicho
1973 - O Libertino
1976 - Costinha o Rei da Selva
1977 - Costinha e o King Mong
1978 - As Aventuras de Robinson Crusoé
1978 - O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros contra as Panteras
1979 - Histórias Que Nossas Babás não Contavam
1991 - Inspetor Faustão e o Mallandro
1992 - Raspadinhas do Rio
1995 - O Mandarim
Discografia
Costinha lançou ao todo sete LPs de piadas, pela gravadora CID.
O Peru da Festa 1
O Peru da Festa 2
O Peru da Festa 3
O Peru da Festa 4
O Peru da Festa 5
As Proibidas do Costinha 1
As Proibidas do Costinha 2
COSTINHA PIADAS PICANTES E PROIBIDAS
O PERU DA FESTA 2
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