Apesar do trabalho inicial da banda ser rock progressivo popular,[1][2] eles desfrutaram de maior sucesso comercial e de crítica quando passaram a incorporar elementos mais convencionais e aceitáveis nas rádios em seu trabalho, em meados da década de 1970, chegaram a vender mais de 60 milhões de álbuns.[3][4][5][6]
Eles alcançaram seu pico de sucesso comercial com a música de 1979, Breakfast in America, que já vendeu mais de 20 milhões de cópias.[7][8]
1969–72: Primeiros anos
Em 1969, Stanley 'Sam' August Miesegaes, um milionário holandês, desapontado com a banda que financiava, a The Joint, decide cancelá-la e então oferece ao tecladista Rick Davies - cujo talento achou que estava sendo "atolado" pelo grupo[9] - a oportunidade de formar sua própria banda, novamente com seu apoio financeiro.[10] Davies então reuniu Roger Hodgson (baixo e vocal), Richard Palmer (guitarra) e Keith Baker (percussão) depois de colocar um anúncio no jornal semanal de música, Melody Maker.
Davies e Hodgson tinham origens e inspirações musicais radicalmente diferentes: Davies era da classe trabalhadora e ferozmente dedicado a blues e jazz, enquanto Hodgson tinha saído direto da escola privada para o negócio da música e gostava de pop e psicodelia. Apesar disso, eles se deram bem durante as audições[11] e então começaram a escrever praticamente todas as canções em conjunto, com Palmer como um terceiro escritor na mistura. Desde que nenhum dos outros membros da banda estava disposto, Palmer escreveu todas as letras.[12]
O grupo inicialmente se referia a banda como Daddy. Baker foi quase imediatamente substituído pelo ex-ator de teatro Robert Millar,[13] e após vários meses de ensaio em uma casa de campo em West Hythe, Kent, a banda voou para Munique para uma série de concertos no P. N. Club.[14] Os ensaios tinha sido pouco produtivos, e o repertório inicial consistiu de apenas quatro músicas, duas das quais eram covers.[14] Para evitar confusões com a banda de nome parecido Daddy Longlegs,[14] a banda mudou seu nome para "Supertramp", um apelido inspirado na obra The Autobiography of a Super-Tramp de William Henry Davies.[15]
Supertramp Mark II. L-R: Roger Hodgson, Frank Farrell, Rick Davies, Kevin Currie e Dave Winthrop.
O Supertramp foi um dos primeiros grupos a assinar com a filial do Reino Unido da A&M Records e o primeiro álbum, Supertramp, foi lançado em 14 de julho de 1970 no Reino Unido e no Canadá (que não foi emitido nos EUA até o final de 1977). Apesar de receber uma boa quantidade de elogios da crítica, o álbum não atraiu um grande público.[14]
Dave Winthrop (flauta e saxofone) juntou-se ao grupo após o lançamento do primeiro disco e logo depois o Supertramp se apresentou no 1970 Isle of Wight Festival. Os membros continuaram a mudar nos seis meses seguintes do lançamento do álbum; Palmer deixou a banda devido a conflitos de personalidade com Davies e Hodgson,[12][14] seguido por Millar, que sofreu um colapso nervoso após uma turnê desastrosa da Noruega.[16]
O álbum seguinte, Indelibly Stamped, lançado em junho de 1971 no Reino Unido e nos EUA, Frank Farrell (baixo) e Kevin Currie (percussão) substituíram Palmer e Millar, enquanto Hodgson passou para guitarra e Davies ficou como um segundo vocalista. Com a saída de Palmer, Hodgson e Davies passaram a escrever as letras para este álbum e os seguintes. O disco vendeu ainda menos do que sua estreia.[16] Na sequência, todos os membros abandonaram a banda gradualmente exceto Hodgson e Davies,[17] e Miesegaes retirou seu apoio financeiro em outubro de 1972.[14]
1973–78: Sucesso inicial e avanço comercial
Uma busca por novos membros trouxe a bordo Dougie Thomson (baixo), que tinha feito shows stand-in com a banda por quase um ano antes de retomar as audições. Em 1973, as audições reiniciaram e introduziram Bob Siebenberg (inicialmente creditado como Bob C. Benberg; bateria e percussão) e John Helliwell (saxofone, outros instrumentos de sopro, teclados ocasionais, vocal de apoio), completando a formação. Hodgson também começou a tocar teclados (principalmente o piano elétrico Wurlitzer) na banda, além de guitarra.[17] Esta formação do Supertramp permaneceu assim durante os próximos dez anos.
Enquanto isso, o vínculo entre Davies e Hodgson começava a enfraquecer. Em julho de 1972 Hodgson experimentou LSD pela primeira vez e ofereceu para Davies, que recusou. Escrevendo para Miesegaes em novembro de 1972, Hodgson descreveu a experiência com LSD como "o dia mais feliz da minha vida" e expressou alguma ansiedade sobre Davies não aprovar.[14] Mais tarde, ele viria a descrever essa divergência como a raiz da rixa entre eles.[18]
Supertramp precisava de um disco de sucesso para continuar a trabalhar, e finalmente conseguiram com Crime of the Century. Lançado em setembro de 1974, começou a temporada de sucesso comercial e de crítica do grupo, atingindo a quarta posição no Reino Unido,[19] número 38 nos EUA e número 1 no Canada. O álbum sublinhou sua ambição: Muitas de suas canções foram fortemente orquestradas, e algumas até mesmo têm destaque para Davies e Hodgson cantando em diálogo, como a música "Dreamer" as vinte mais do Reino Unido de 1975. Os ouvintes norte-americanos preferiram a música do lado B, "Bloody Well Right", que atingiu o Top 40 dos EUA em maio 1975 e se tornou o único sucesso da banda no país por mais de dois anos.[20]
Com um álbum de sucesso em mãos, as pressões sobre a banda aumentaram e o seguinte álbum Crisis? What Crisis? teve que ser gravado em poucos meses entre duas turnês programadas. Como consequência, a maioria do material consistiu de músicas que tenham ficado fora de Crime of the Century e décadas mais tarde, a banda continuou a considerar este álbum como um dos seus piores momentos.[21][22]
O seguinte, Even in the Quietest Moments..., lançado em abril de 1977, teve o hit Give a Little Bit (nº 15 nos EUA, nº 29 Reino Unido). Como de costume, a popularidade do álbum em si eclipsou a de seus singles e Even in the Quietest Moments... hit nº 16 nos EUA[23] e nº 12 no Reino Unido.[19]
1979–88: Estrelato
A mudança da banda para uma abordagem mais pop culminou com seu álbum mais popular,Breakfast in America, lançado em março de 1979, que alcançou o no. 3 no Reino Unido[19] e no. 1 nos EUA e Canadá e gerando quatro canções bem sucedidas (mais do que os seus primeiros cinco álbuns combinados): The Logical Song ( nº 6 nos EUA, nº 7 no Reino Unido), Goodbye Stranger (nº 15 dos EUA, nº 57 no Reino Unido.), Take the Long Way Home (nº 10 EUA), e Breakfast in America (nº 9 Reino Unido).
Esta série de sucessos rendeu o álbum de 1980 Paris, um 2-LP ao vivo gravado na maior no Pavillon de Paris.[24] O álbum despontou no top dez nos EUA e no Reino Unido.[19][25] A versão ao vivo de Dreamer foi lançada como single nos EUA, onde figurou na 15a. posição, enquanto a versão de estúdio não tinha conseguido posição.[20]
Neste ponto, Hodgson mudou com sua família para Los Angeles na área das montanhas ao norte da Califórnia, onde ele construiu uma casa um estúdio se dedicou à sua vida familiar e espiritual, durante a gravação de um álbum solo, Sleeping with the Enemy, que nunca foi lançado.[26] Esta separação geográfica ampliou o fosso entre ele e o resto do grupo, durante a concepção e gravação do próximo álbum, ...Famous Last Words..., Davies e Hodgson encontraram muitas mais dificuldade em conciliar suas ideias musicais como antes e era evidente para o resto da banda que Hodgson queria sair.[26] ...Famous Last Words... foi lançado em 1982, e pontuou com mais dois hits It's Raining Again e My Kind of Lady. Alcançou a posição nº. 5 nos EUA[27] e no. 6 no Reino Unido.[19] Uma turnê mundial seguiu em 1983, durante a qual Hodgson anunciou que não continuaria com a banda. Hodgson afirmou que sua saída foi motivada por um desejo de passar mais tempo com sua família e fazer gravações solo e que nunca houve qualquer verdadeiro problema pessoal ou profissional entre ele e Davies, como algumas pessoas pensavam.[16]
O Supertramp sob Davies continuou a ter sucesso, lançando Brother Where You Bound em 1985. O álbum foi um passo deliberado longe da abordagem pop de seus dois últimos álbuns de estúdio,[28] e alcançou o no. 20 nas paradas do Reino Unido[19] e no. 21 nos EUA[20]
O álbum de 1987 Free as a Bird experimentou bastante a música sintetizada,[29] como em I'm Beggin' You, que chegou ao n.º 1 na Hot Dance Club Songs.[30]
Além de sua mudança para material menos comercialmente orientada, os membros da banda decidiram abandonar todas as composições de Hodgson de seu setlist, a fim de continuar a estabelecer uma identidade separada de Hodgson.[28] No entanto, o público se irritou com as omissões dessas canções durante uma turnê de 1985 com apenas as composições de Davies, em 1988, a pressão da primeira turnê no Brasil os levou a reintroduzir várias das canções escritas por Hodgson..[31]
Depois da turnê de 1988, o grupo se fragmentou. Davies explicou mais tarde: "Nós tínhamos estado lá fora por cerca de 20 anos só gravando e fazendo turnês e pareceu a hora de ter uma ruptura sem nenhuma ideia a respeito de se ou quando voltar. Decidimos realmente não dizer nada, apenas desvanecer-se como um velho soldado."[32]
1996–2009: Últimos anos
Em 1996, Davies reformou Supertramp com Helliwell, Siebenberg e o guitarrista/vocalista Mark Hart, que era novo à formação oficial, mas havia contribuído com destaque para Free as a Bird e sua turnê de apoio. Quatro novos membros foram adicionados, bem como, oito novos integrantes.[29] O resultado deste reencontro foi Some Things Never Change, um álbum que ecoou o som anterior do Supertramp,[33][29] lançado em março de 1997, chegou ao n.º 74 no Reino Unido.[19]
No verão de 1997, o Supertramp voltaram à estrada, na resultando no álbum ao vivo It Was the Best of Times (1999), seguido por Slow Motion em Abril de 2002 e uma turnê mundial em 2002, depois da qual a banda ficou inativa mais uma vez. Outra tentativa de trazer Hodgson de volta para a banda falhou em 2005.[34]
O Supertramp continuou a tocar várias músicas escritas por Hodgson em shows ao vivo após sua reunião. Hodgson, posteriormente, afirmou que a explicação da banda ter deixado de tocar suas composições em 1983, é uma mentira, sendo o motivo real que ele e Davies fizeram um acordo verbal de que eles não iriam tocar essas músicas.[8][31] Davies nunca aludiu publicamente tal acordo, o ex-membro Dougie Thompson comentou: "Ninguém, exceto Rick e Roger, estavam a par da conversa. Rick e Roger tinha vários diálogos que ninguém estava a par. Novamente, isso é boato."[31]
Em 2008, foi anunciado a música do Supertramp seria destaque na adaptação para o cinema do best-seller de Irvine Welsh Ecstasy: Three Tales of Chemical Romance.[35] Em 2009, Hodgson disse que pensava em ver uma reunião de Supertramp a acontecer: "Nós olhamos para isso e conversamos sobre isso... Eu nunca diria nunca mas Rick [Davies] está praticamente aposentado agora e eu estou no auge da minha vida. a reação que eu estou recebendo de fãs é 'por favor, não voltem a se reunir."[36]
2010–presente: Re-formação
Supertramp 2010. L-R: Cliff Hugo, Rick Davies, Bob Siebenberg, John Helliwell, Gabe Dixon e Carl Verheyen
Em 21 de abril de 2010 foi anunciado[37] Supertramp que daria 35 shows no final de 2010. As datas dos concertos na Alemanha, Portugal, Holanda, Itália, França e outros países europeus foram anunciados. Esta turnê foi chamada "70-10", para comemorar o 40º aniversário do primeiro lançamento do grupo.
Roger Hodgson embarcou em uma turnê solo em 2010 para Austrália, Nova Zelândia, América do Sul, Europa, Canadá e EUA,[38] e foi incapaz de se juntar à banda para a turnê 70-10. No entanto, em resposta a uma campanha de fãs, Hodgson enviou uma carta ao empresário de Rick Davies que enviou uma ao empresário de Davies, oferecendo-se para se juntar a eles em datas que caem em lacunas na sua agenda da turnê.[8][39] Davies não respondeu, mas seus agentes notificaram Hodgson de que sua oferta foi recusada.[8]
Em 2011 Ambos Hodgson e Supertramp continuaram a fazer turnês separadamente.[40][41] Quando perguntado se Roger Hodgson poderia aparecer em algumas das datas de 2011 Davies respondeu: "Eu sei que existem alguns fãs por aí que gostariam que isso acontecesse. Houve um tempo em que eu esperava por isso também. Mas o passado recente faz com que isso seja impossível. Para tocar um grande show para nossos fãs, é preciso harmonia, tanto musicalmente quanto pessoalmente. Infelizmente isso não existe mais entre nós e prefiro não destruir as memórias de tempos mais harmoniosas entre todos nós".[42]
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