terça-feira, 18 de outubro de 2016

U2 (PRIMEIRA PARTE)






U2 é uma banda irlandesa de rock formada no ano de 1976. O grupo é composto por Bono (vocal e guitarra), The Edge (guitarra, teclado e backing vocal), Adam Clayton (baixo) e Larry Mullen Jr. (bateria e percussão). O som do U2, inicialmente enraizado no pós-punk, eventualmente cresceu para incorporar influências de muitos gêneros da música popular. Ao longo das mudanças do grupo, eles sempre têm mantido um som construído sobre instrumentos melódicos, com destaque para as texturas e acordes do guitarrista de The Edge e dos vocais expressivos de Bono. Suas letras, muitas vezes embelezadas com imagens espirituais, têm foco em temas pessoais e preocupações sócio-políticas.

O U2 foi formado no Mount Temple Comprehensive School quando os membros eram ainda adolescentes e com conhecimento musical limitado. Após quatro anos, eles assinaram com a gravadora Island Records e lançaram seu álbum de estreia, Boy (1980). Em meados da década de 1980, tornaram-se uma banda de sucesso internacional. Foram mais bem sucedidos com suas performances ao vivo do que com a venda dos álbuns, até lançarem o álbum The Joshua Tree (1987),[1] que, segundo a Rolling Stone, elevou a banda à estatura de "heróis para super-estrelas".[2] Reagindo à estagnação musical no final da década de 1980, à crítica de sua séria imagem e de sua transformação musical, o grupo se reinventou com o álbum Achtung Baby (1991), e o acompanhamento da turnê Zoo TV Tour. A banda integrou influências de dance music, música industrial e rock alternativo em seu estilo musical e performances, abraçando uma imagem mais irônica e auto-depreciativa. A experimentação continuou durante o resto da década de 1990 com níveis mistos de sucesso. O U2 recuperou a seu favor os fãs e os elogios dos críticos musicais logo após o lançamento de All That You Can't Leave Behind (2000) e How to Dismantle an Atomic Bomb (2004), que estabeleceu um som tradicional mais convencional para a banda. Em 2009 a 2011, a U2 360° Tour foi a turnê mais bem sucedida, liderando o ranking da digressão com maior vendas de bilheteria da história.




O grupo lançou 13 álbuns de estúdio e está na lista dos artistas com maior venda de álbuns do mundo, tendo vendido mais de 170 milhões de discos mundialmente.[3] Ganharam 22 Prémios Grammy, mais do que qualquer outra banda. Em 2005 o grupo foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame. A Rolling Stone classificou o U2 na posição de número 22 na lista dos "100 Maiores Artistas de Todos os Tempos", classificando-o a "Maior Banda do Mundo".[4] Por toda sua carreira, como banda e como indivíduos, fizeram campanhas pelos direitos humanos e causas filantrópicas, incluindo a Anistia Internacional, as campanhas ONE/DATA, Product Red, War Child e The Edge no Music Rising (2005).



 - Научись играть на гитаре!
A banda foi formada em 25 de setembro de 1976.[6] Larry Mullen Jr., com quatorze anos de idade, postou um anúncio na escola Mount Temple Comprehensive High, em busca de músicos para uma nova banda; tendo a resposta de seis pessoas. Mullen ficou encarregado da bateria, com Paul "Bono" Hewson nos vocais; David "The Edge" Evans e seu irmão mais velho Dik Evans na guitarra; Adam Clayton, um amigo dos irmãos Evans no baixo; e inicialmente Ivan McCormick e Peter Martin, dois outros amigos de Mullen.[7] Mullen disse mais tarde como mandou no "The Larry Mullen's Band" por cerca de 10 minutos, e em seguida, Bono entrou e destruiu qualquer chance que ele tinha de estar no comando".[8] Logo depois, o grupo denominou o nome do grupo de "Feedback", porque era um dos poucos termos técnicos que eles conheciam.[9] Martin não retornou após o primeiro ensaio, e McCormick deixou o grupo dentro de algumas semanas. A maioria do material inicial do grupo era composto por covers, que a banda admitiu não ser seu ponto forte.[10] Algumas das primeiras influências sobre a banda foram surgindo no gênero punk rock, tais como The Jam, The Clash, The Buzzcocks e The Sex Pistols. A popularidade do punk rock convenceu o grupo que o conhecimento musical não era um pré-requisito para ser bem sucedido.[11]
Apresentação da banda tocando em Glasgow, Escócia, em 2015.




Em março de 1977, a banda mudou seu nome para The Hype.[8][12] Dik Evans, que era o irmão mais velho e também por já estar na faculdade, estava se tornando um integrante excluído em relação à banda. O resto do grupo seguia um pensamento de uma banda com quatro integrantes, sendo mais tarde, resultando na saída de Dik em março de 1978. Durante um concerto de despedida no salão da Igreja Presbiteriana, em Howth, contou com o grupo tocando covers, com Dik cerimonialmente saindo do palco. Os quatro membros restantes da banda completaram o concerto tocando o material original como "U2".[13] Steve Averill, um músico punk rock e amigo da família de Clayton, sugeriu seis nomes em potencial, a partir do qual, a banda optou por "U2", devido à sua ambiguidade, possibilidade de interpretações, e também porque era um nome que no mínimo, não gostavam de The Hype.[14]




No Dia de São Patrício, 17 de março de 1978, o U2 venceu em um show de talentos, em Limerick, Irlanda. O prêmio consistia em quinhentos euros, e tempo de gravar um demo em estúdio, que seria ouvido pela CBS da Irlanda, uma gravadora. Esta vitória foi um marco importante e de afirmação para a banda principiante.[13] O U2 gravou sua primeira fita demo no Keystone Studio, em Dublin, em maio de 1978.[15] A revista Hot Press foi influente na formação do futuro da banda; em maio, Paul McGuinness, que já havia sido introduzido à banda pela publicação do jornalista Bill Graham, concordou em ser o empresário da banda.[16]




O primeiro lançamento da banda, somente na Irlanda, foi um EP intitulado Three, sendo lançado em setembro de 1979, e foi um sucesso nas paradas musicais irlandesa.[17] Em dezembro de 1979, a banda realizou em Londres, os seus primeiros shows fora da Irlanda, embora eles não tivéssem a capacidade de ganhar a atenção do público e dos críticos musicais.[18] Em fevereiro de 1980, foi lançado o seu primeiro single, "Another Day", pela gravadora CBS. Entretanto, o single foi direcionado somente para o mercado irlandês.[19]
Apresentação de Bono na Noruega durante a turnê War Tour, em 1983.






A gravadora Island Records assinou com a banda em março de 1980, e em maio a banda lançou o seu segundo single, "11 O'Clock Tick Tock", e primeiro single lançado internacionalmente.[20] O álbum de estreia da banda, Boy (1980), foi lançado em outubro. Produzido por Steve Lillywhite, recebeu críticas positivas.[21] Embora as letras sem objetivo de Bono parecessem improvisadas, eles expressaram um tema comum: os sonhos e frustrações da adolescência.[22] O álbum incluía o primeiro single de sucesso da banda nos Estados Unidos, "I Will Follow". O lançamento de Boy foi seguida pela turnê Boy Tour, a primeira turnê do U2 pelo continente europeu e nos Estados Unidos.[23] Apesar de ter sido rude, os concertos demonstraram o potencial da banda, com os críticos dizendo que Bono era "carismático" e um grande homem apaixonado.[24]




O segundo álbum da banda, October, foi lançado em 1981, contendo amplos temas espirituais. Durante as sessões de gravação, Bono e The Edge consideraram a possibilidade em deixar a banda devido a percepção de conflitos religiosos.[25] Bono, The Edge e Mullen tinham se juntado em um grupo cristão em Dublin, chamado Shalom Fellowship, que os levando-os a questionar a relação entre a fé cristã e o estilo de vida no rock n' roll.[26] Bono e The Edge tiraram tempo entre as turnês e decidiram deixar o grupo cristão, em favor de continuar com a banda. A gravação foi ainda mais complicada com o roubo de uma maleta contendo as letras para várias canções de trabalho dos bastidores durante a apresentação da banda, em uma boate em Portland, Oregon.[27] O álbum recebeu críticas mistas e pouco tocadas nas rádios. O baixo número de vendas fora do Reino Unido colocou muita pressão sobre o seu contrato com a gravadora Island Records, centrado na melhoria da banda.[28]






Resolvendo as suas dúvidas do período de October (1981), a banda lançou War, em 1983.[29] Um álbum onde a banda transformou o "pacifismo em uma cruzada",[30] a franqueza na inflexibilidade no modo de tocar da guitarra em War, foi intencionalmente contraditório com o synthpop da época.[31] O álbum incluía o single "Sunday Bloody Sunday", uma canção com um contexto político, onde Bono líricamente tentou contrastar os acontecimentos do Domingo Sangrento (1972) com o Domingo de Páscoa.[32] A revista Rolling Stone descreveu que a música mostrava que a banda tinha capacidade de compôr canções profundas e significativas. War foi o primeiro álbum do U2 a apresentar a fotografia de Anton Corbijn, que permanece até atualmente como um dos fotógrafos do U2, tendo uma grande influência sobre sua visão e imagem política.[33] O primeiro sucesso comercial da banda, War, estreou na posição de número 1 no Reino Unido, e seu primeiro single "New Year's Day", foi o primeiro sucesso da banda fora da Irlanda ou do Reino Unido.[34]




Na subsequente War Tour, a banda realizou concertos lotados no continente europeu e nos Estados Unidos. A visão de Bono acenando uma bandeira branca durante as performances de "Sunday Bloody Sunday" tornou-se uma imagem ícone da turnê.[35] O U2 gravou o álbum ao vivo nesta turnê, Under a Blood Red Sky (1983), assim como o filme-concerto Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky (1983), sendo que ambos foram tocados por um longo período de tempo nas rádios e na MTV, ampliando a audiência da banda e mostrando suas proezas como um ato de viver.[36] Seu contrato com a gravadora Island Records estava chegando ao fim, e em 1984, a banda assinou uma renovação de contrato mais lucrativa. Eles negociaram o retorno de seus direitos autorais (de modo que eles possuíssem os direitos de suas próprias canções), um aumento em sua taxa de direitos, e uma melhoria geral em termos, à custa de um maior pagamento inicial.[37]




"Sabíamos que o mundo estava pronto para receber os herdeiros de The Who. Tudo o que tínhamos a fazer era continuar fazendo o que estávamos fazendo e, gostaríamos de nos tornar a maior banda desde Led Zeppelin, sem dúvida. Mas algo simplesmente não parecia estar certo. Sentimos que tínhamos uma maior poder do que qualquer outra banda grande, nós tínhamos algo único a oferecer".
— Bono, na nova direção de The Unforgettable Fire.[38]


The Unforgettable Fire foi lançado em 1984. A música ambiente e o abstrato, que era na época, a mudança mais marcante na direção da banda.[39] O grupo temia que, após o evidente rock do álbum War e de sua turnê, eles estivessem em risco de tornar-se outro incômodo, como se representassem um slogan de bandas de rock arena.[40] Assim, procuraram a experimentação,[41] como Adam Clayton lembra: "Nós estávamos procurando por algo um pouco mais sério, mais artístico".[38] The Edge admirava o ambiente e as "obras estranhas" de Brian Eno, que, junto com seu engenheiro de áudio, Daniel Lanois, eventualmente concordou em produzir o álbum.[42]




Em parte gravado no Slane Castle, The Unforgettable Fire foi lançado em 1984, no momento em que a mudança mais marcante da banda.[39] The Unforgettable Fire tem um som rico e orquestrado. Sob a direção de Lanois, Mullen tornou-se mais flexível na percussão, no funk e mais sutil; Clayton tornou-se mais subliminar no baixo; as seções rítmicas já não atrapalhavam, porém, fluía em apoio das canções.[43] Complementando a atmosfera sonora, as letras do álbum estavam abertas a muitas interpretações, oferecendo o que a banda chamou de "sensação de grande visão".[39] Devido a uma agenda lotada de gravações, Bono achava que as canções "Bad" e "Pride (In the Name of Love)", como se fossem um esboço/rascunho que não havia terminado.[44] "Pride (In the Name of Love)", era baseado em Martin Luther King Jr., sendo o primeiro single do álbum e tornando-se o maior sucesso da banda até então; inclusive sendo a sua primeira a entrar no top 40 dos Estados Unidos.[45]




Grande parte da turnê The Unforgettable Fire Tour mudou-se para arenas internas, em que a banda começou a ganhar a sua longa batalha para construir seu público.[47] As complexas texturas das novas canções gravadas do álbum, como "The Unforgettable Fire" e "Bad", foram difíceis de traduzir para performances ao vivo.[39] Uma solução foram os sequenciadores programados, já que a banda havia sido relutante em utilizar; mas que agora, eram usados na maioria das performances do grupo.[39] As canções do álbum tinham sido criticadas por serem "incompletas", "vagas" e "sem tema", porém, foi o melhor recebido pela crítica quando tocado ao vivo no palco.[48]




O U2 participou do Live Aid (1985), um concerto para o alívio da fome na Etiópia no Estádio de Wembley, em julho de 1985.[49] A performance da banda perante a 82 mil pessoas foi um ponto fundamental na carreira do U2.[50] Durante uma apresentação de 14 minutos da música "Bad", Bono pulou do palco para abraçar e dançar com uma fã, tendo uma audiência de milhões de telespectadores, observando o que Bono poderia fazer com o público.[51] Em 1985, a revista Rolling Stone chamou o U2 de a "banda da década de 1980", dizendo que, para um crescente número de fãs de rock n' roll, o U2 tornou-se um dos grupos mais importantes, se não, a mais importante".[37]



The Joshua Tree e Rattle and Hum (1986–1989)
Ver artigo principal: The Joshua Tree e Rattle and Hum

"A beleza selvagem, a riqueza cultural, o vago espírito e violência feroz da América, são explorados para o efeito atraente em praticamente todos os aspectos de The Joshua Tree — no título e na capa, o blues e os empréstimos evidentes do país na música... De fato, Bono diz que o 'desarmamento da mitologia americana' é uma parte importante do objetivo de The Joshua Tree."
— Anthony DeCurtis.[52]

Para seu quinto álbum, The Joshua Tree (1987),[53] a banda queria construir as texturas de The Unforgettable Fire (1984), mas ao vez de sair a experimentação do foco, eles procuraram um som mais duro na batida, dentro da limitação das estruturas musicais convencionais.[54] Consciente de que "o U2 não tinha tradição" e que seu conhecimento musical no seu início era limitado, o grupo aprofundou-se na raiz da música americana e da música irlandesa.[55] Amizades com Bob Dylan, Van Morrison e Keith Richards motivou a banda explorar o blues, música folclórica e música gospel, focando as habilidades de composições e letras de Bono.[56] Para seu quinto álbum, The Joshua Tree,[57] a banda queria construir as mesmas texturas de The Unforgettable Fire, mas buscavam um som mais difícil de atingir, usando as limitações das estruturas das canções.[58] Em 1986 a banda interrompeu suas sessões de gravação do álbum para servir como manchete na ação da Anistia Internacional da turnê A Conspiracy of Hope Tour. Ao invés de ser somente uma distração, a turnê acrescentou uma intensidade extra e foco para seu novo material.[59] Em 1986, Bono viajou para El Salvador e Nicarágua, vendo em primeira mão, o sofrimento dos camponeses intimidados em conflitos internos que foram sujeitos à política da intervenção americana. A experiência tornou-se uma influência importante no novo estilo musical.[60]
A árvore retratada no encarte do álbum The Joshua Tree. Adam Clayton disse: "O deserto era imensamente inspirador para nós, como uma imagem mental para este registro".[61]




The Joshua Tree foi lançado em março de 1987. O álbum sobrepõe a antipatia americana contra a profunda fascinação do grupo com o país, seus amplos espaços, liberdade e ideais.[62] A banda queria uma música com um sentido de localização e uma qualidade cinematográfica; queria a música do registro e as letras extraídas em imagens criadas por escritores americanos, cujos trabalhos a banda vinha lendo.[63] The Joshua Tree tornou-se um dos álbuns mais vendidos da história das paradas britânicas, liderando a Billboard 200 nos Estados Unidos por nove semanas consecutivas.[64] O primeiro dos singles, "With or Without You"[40] e "I Still Haven't Found What I'm Looking For", rapidamente tornaram-se o hit de número 1 do grupo, nos Estados Unidos. Eles tornaram-se a 4ª banda de rock a ser destaque na capa da revista Time,[65] que declarou o U2 como a "bilheteria mais quente do rock".[66] O álbum ganhou seus primeiros dois Prêmios Grammy,[67] trazendo à banda um novo nível de sucesso. Muitas publicações, incluindo a Rolling Stone, têm citado-os como um dos maiores do rock.[68] A The Joshua Tree Tour foi a primeira turnê em que a banda fez concertos em estádios, ao lado de arenas menores.[69]



O álbum e documentário Rattle and Hum (1988), continha imagens gravadas da turnê de The Joshua Tree, e que acompanha o álbum duplo de mesmo nome, inclui nove faixas de estúdio e seis performances ao vivo do U2. Lançado em outubro de 1988, o álbum e o filme foram concebidos como um tributo à música americana,[70] incluindo gravações no Sun Studios em Memphis e performances com Bob Dylan e B. B. King. Rattle and Hum teve uma performance modesta na bilheteria e recebeu críticas mistas de ambos os filmes e críticos musicais;[71] um editor da Rolling Stone falou da excitação do álbum; outros, descrevendo-a como "bombástica e equivocada".[72] O diretor do filme, Phil Joanou, o descreveu como "um olhar pretensioso do U2".[73] A maioria do novo material do álbum foi tocado em 1989, na turnê Lovetown Tour, fazendo shows na Austrália, Japão e Europa, porque a banda queria evitar a reação norte-americana. Além disso, eles cresceram insatisfeitos com suas performances ao vivo; Mullen disse: "Fomos os maiores, mas não fomos os melhores".[74] Com uma sensação de estagnação musical, Bono disse aos fãs em uma das últimas datas da turnê que era "o fim de algo para o U2", e que eles tinham que "ir embora [...] e tudo apenas como um sonho novamente".[75]



Nenhum comentário:

Postar um comentário